sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uma Nova Esperança

O post parece ser uma daquelas fases clichês de trilogias épicas como "O Senhor dos Anéis" e "Star Wars". E eu amo filmes épicos. Mas na vida real não temos magos brancos que espantam Nazgûls ou Cavaleiros nobres que usam sabres de luz para combater a escuridão. Na vida real as forças ocultas são mais ocultas do que imaginamos, a batalha diária é por pão e por mais um dia vivo. Os heróis não tem linhagem nobre, são pessoas de qualquer classe social, de qualquer lugar do mundo que tem um bom coração e não aceitam a ordem das coisas. São os "rebeldes". Contudo, a situação que a região serrana do Rio de Janeiro perece atualmente é desesperadora e comovente. A força da natureza que o homem tanto menosprezou novamente sobrepujou a ignorância daqueles que não quiseram ver a longo prazo e colocam a sobrevivência das futuras gerações em xeque. Cidades localizadas em uma geografia bela, porém perigosa, foram e são alvo de uma condição climática que eleva extremamente o indíce pluviométrico. Chuva, pedras, lama, terra, rios transbordantes, ausência de medidas preventivas, população excessiva, cenário perfeito pra uma tragédia anunciada e visualizada em tantos anos anteriormente. No meio do sofrimento a cultura da burrice estimula e premia o escancaramento da pobreza humana, enquanto que do outro lado pessoas que não tem nada o que fazer se preocupam com as resoluções de astrônomos metidos a astrólogos e, que enfim, não sabem o que fazer. Enquanto isso, a imprensa golpista dessa terra fica a criticar os modelitos da presidenta "porque ela não valoriza o pret-a-porter nacional e dá preferência a uma costureira desconhecida" e no mesmo momento pessoas vivendo com a roupa do corpo, perdendo a roupa que tinha no corpo levada pelas enxurradas. Nesses momentos não acredito que lido com seres humanos, mas com seres irracionais, em que é tão alienado da realidade cuja preocupação principal é saber quem matou não sei que fdp na novela que é um desserviço social. E a gente olha tudo isso e compara com outras tragédias e existe o mesmo padrão de comportamento, do mesmo tipo de verme de indivíduo. E o mesmo tipo de comportamento perante essas tragédias em que se falam em medidas preventivas e quando tudo evapora, nada é feito, e na próxima tempestade ocorrem as mesmas coisas. Daí paro e penso: realmente, é o fim do mundo, onde a roupa de um indivíduo tem mais valor que um ser humano, onde os valores de uma forma geral estão completamente invertidos. E a solução parece ser rezar para que Deus atenue a dor dessas pessoas ou na pior das hipóteses rezar para o fim breve e merecido de uma espécie que destrói sua casa cósmica, destrói a natureza, destrói a si próprio. Um fim a isso talvez seria o melhor. Mas daí no meio de toda essa tragédia você vê atos de pessoas como a dona Ilair que tentou até o último minuto salvar a vida do seu cachorro junto a si. Ou então conhece a história do cocheiro Miguel (via @realjoseabreu) que foi tragado pela água porque não quis abandonar os 16 animais, onde o valor de cada animal girava em torno de 500 mil reais. Todos morreram, 8 na enxurrada, 8 sacrificados e ele podia ter saído, mas não o fez. Muitas pessoas poderiam dizer que na gana de mostrar serviço e ganhar futuramente um aumento ele pagou com a vida. Mas somente quem sabe amar um animal dito irracional sabe o quanto isso não tem nada de ganancia ou segundas intenções. É simplesmente amor, amizade, qualidades tão raras em nós, espécimes racionais de uma raça degradante. E os relatos de pessoas que se preocupam com nossos irmãos menores são cada vez mais comuns na mídia e mais consistentes. Não são somente pessoas preocupadas com animais, mas também com seres humanos, são pessoas preocupadas com a vida principalmente! E isso torna tudo isso tão mais suportável e nos dá uma nova esperança, uma esperança de que ainda existe solução, ainda tem jeito, discretamente, mas existe! Uma nova esperança de um novo mundo, com pessoas melhores que lutam por um objetivo nobre em comum. Tudo isso faz vontade de lutar com essas pessoas, batalhar ao lado delas, participar desse momento de renovação para tantas pessoas que vão ter que começar do nada, muitas vezes após perder toda a família. Então apesar de este ainda ser um cenário triste, extremamente triste, temos que ver as possibilidades e os conhecimentos que isso traz a todos. Participemos doando alimentos, materiais de higiene e limpeza, com orações, com fé, com trabalho. Independente de nossas crenças ou ausência delas, todos temos uma missão nesse mundo e no fim todos somos um. Então ajude com todo o seu coração nesse momento tão difícil para todos. E não esqueçam, a esperança renasce na vida, em qualquer forma de vida.

Beijos

PS: O Ministério da Saúde está cadastrando profissionais da Saúde que desejem trabalhar voluntariamente nas áreas atingidas. Quem quiser se cadastrar é só acessar Para profissionais de Saúde que querem ajudar http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=5781. Vamos lá pessoal, vamos colocar nossos conhecimentos ao serviço dessas pessoas!

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