sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sobre suicídio


Oi Gente
To sumida né. Mas enfim. Essa semana aconteceu algo trágico. O Alexander McQueen se suicidou porque não estava enfrentando muito bem a morte da mãe dele. Algo triste, muito triste. Mas essa foi a escolha dele. Depressão é algo muito complicado, você só quer ficar sozinho, não quer fazer nada. Você pode se tocar e ir atrás de um tratamento. Você apenas pode querer sumir e o fazer como fez Alexander. O foco aqui não é propriamente o Mcqueen e sim o suicídio. Aqui na cultura ocidental não existe religião ou doutrina que aprove o suicídio. Diz que é arbitrário a vontade divina, que é algo contra a natureza, "pois a morte é um direito de Deus". Já no Oriente, matar-se é visto em algumas culturas como ato heróico ou sinônimo de nobreza, vide homens-bombas, harakiris e os kamikazes. Sei que muita gente vai falar, que a cultura ocidental é a mais correta, que é isso que é aquilo. Que depressão é coisa de gente fresca. Que devemos aproveitar a vida no ultimo instante e evitar ao máximo a morte. Que suicidar-se é coisa de gente possuída. E que quem se suicida passa o resto dos tempos no lodo do arrependimento eterno. Blá blá blá blá.
Sinceramente??? Sou muito mais de um pensamento oriental, que preza o outro mundo em favor desse. Não que eu queira me matar (agora). Mas sabe, se suicidar algo que ao contrário do que dizem, não é covardia, tem que ter uma baita CORAGEM. Porque poxa vida, viver num mundo em que o conceito de que a vida é bela, apesar das desgraças que assolam o mundo, e enfrentar no outro plano as críticas, os repúdios, as ofensas (porque quem está lá sabe do que fazemos aqui) tem que ser muito corajoso. Suicidar-se muitas vezes é o recurso que muitas pessoas encontram para uma vida vazia, sem sentido. E eu não acredito que seja arbitrário a Deus, afinal, Ele deu o livre arbítrio. As pessoas "amam" a Deus muito mais pelo medo do "Deus irascível, ciumento e não sei mais o quê" que a Bíblia escrita por homens nos dita, do que o Deus de amor incondicional, o Deus pai que Jesus nos ensinou. Pessoas, vocês acham que realmente Deus condenaria um de seus filhos ao fogo eterno (adoro essa expressão) porque ele tirou um suposto direito de morte. Poxa, se liguem. Vamos repensar sobre essas coisas. Não estou incitando ninguém a sair por aí matando, ou suicídio coletivo. Mas gostaria de pedir vocês que se atentem a não julgarem o McQueen ou qualquer pessoa que dê cabo de sua própria vida. São almas sofredoras, que sofreram muito nesta vida, sofreram na partida e ainda sofrem no outro plano. Pensemos nele e em todos os suicidas como IRMÃOS. Não pecadores.
Beijos

Um comentário:

  1. Bru... taí um assunto compréquisso e polêmico, e pelo visto temos idéias divergentes. Mas num ponto parece que convergimos: o fato de Jesus ter se entregado aos seus algozes não qualifica um suicídio? Se entregar á morte sem lutar, ainda que por um motivo nobre do tipo "salvar o mundo"? Dá assunto pra pensar, néam?

    Já tive caso de suicídio na família. Foi bem trágico porque foi uma prima que, uma semana antes, tinha me dito que faria o que fez e eu nem dei bola pelo histórico de tentativas frustradas anteriores. Foi atrás do colégio, de manhã. Os primeiros alunos a chegarem foram os da 5ª série, que ouviram o tiro por primeiro. Imagina o drama. Foi uma comoção na cidade.

    MAs o que mais me dá nojo é a especulação em torno do acontecido. A pessoa não tem mais como se defender, e ficam falando, falando, e pior, inventando. Inventando motivos, inventando culpados... E por mais que eu ache que o suicídio não é a melhor saída e tenha uma visão até que radical e bem diferente da sua, eu acho uma canalhice ficar especulando sobre uma coisa dessas e traumatizando ainda mais as pessoas próximas que ficaram, que sentem a dor maior da ausência e que, ás vezes, não tem culpa de nada, né...

    Coisa complicada...

    Beijos, Bru!

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