sábado, 5 de março de 2011

2 anos de Juno


Existe uma forma de amor que poucas pessoas conseguem compreender. Uma forma de amor pura e desinteressada. Uma forma de amor devotada e companheira. De ambas as partes. Uma forma de amor que apenas espíritos elevados conseguem compreender. É o amor entre um humano e um animal dito irracional. Dito, porque não concordo. Não posso concordar que um animal que sente minha falta e me espera na porta quando voltava da aula, do trabalho ou da viagem e sentava-se sossegadamente nas minhas pernas buscando saber "como foi seu dia?" ou "porque não me avisou que ia demorar tanto?" seja um animal irracional. Não pode ser um animal irracional aquele que sabe quando estou com frio nas mãos ou nos pés e sabiamente se aconchega e me aquece. Não é irracional aquele animal que procura me animar nos meus dias mais sombrios com uma brincadeira maluca ou fazendo charme.

Não é irracional aquele que mesmo vendo que não consegue me animar deita-se ao meu lado e deposita seus grandes e compreensivos olhos, os mesmos que enxergam dimensões infinitas e eternidade, sobre os meus e garante "não se preocupe, eu estou aqui apesar de tudo. Minha Juno fez tudo isso. Minha Juno era a princesa da casa, porque a rainha era sua mãe, Sra. Uruka. Como toda princesa ela nasceu em leito diferenciado (a cama da minha mãe) e teve para seu repouso outro leito diferenciado (minha cama).

Quando eu via Uruka trazendo aquele ser tão minusculo e branquinho que contrastava com sua altivez negra, mesmo após trocarmos diversas vezes de local, eu sabia que ali nascia uma relação pra eternidade. Mas eu não sabia que era tão intensa. Ser obrigada de forma engraçada a dividir a minha cama com aquele pequena criatura era uma oportunidade maravilhosa de ver como a vida se desenvolvia. Acompanhar cada momento seu, cada pequeno passo, a primeira tentativa de miar, quando abriu os olhos. Ah! Quando a Juno abriu os olhos foi amor a primeira vista. Da minha parte e da dela também.

Na primeira noite que a mãe dela não voltou, ela precisou de calor e venho se aninhar junto a minha, quebrando a barreira de cobertores. Como é possível ignorar e tratar mal um filhote nessas horas? E isso foi várias vezes, até ela ficar grandinha e começar a brincar por aí, seduzindo todo mundo com seu pelo longo, macio e pintado.

E por mais que deixasse a gente louca, como se irritar quando tão meigos olhos te olham daquela forma... Como eu amei e amo a Juno e sua partida ainda me dói tanto. Mas aqueles que sabem qual é a missão dos gatos, tem o consolo de saber que eles são guardiões, que eles vem pra cumprir uma missão fantástica nessa terra ignóbil e voltam nos deixando com essa eterna saudade deles... Há dois anos atrás, a Juno nascia e me trouxe um novo brilho pra minha vida.



Me trouxe amor, compreensão, carinho e alegria, em um ano que tudo foi tão dificil pra mim. Ela veio me ajudar a aguentar aquele ano. Findado o ano, ela se foi, sem se despedir, provavelmente sumida nas dimensões que ela sempre vislumbrava. Mas eu agradeço muito a Deus por ter me proporcionado esse anjo chamado Juno que tanto bem fez pra minha vida. Por ela ter me salvado de mim mesma e dos meus traumas. Sou grata a ti eternamente. Te encontro novamente. Beijos de quem sempre te amará.

Música pra minha garotinha peluda:



Um comentário:

  1. morri só d ver essas coisinhas fofas

    Obrigada pela visita linda, volte sempre!

    Uma ótima sexta!
    ; )

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