Perdoem-me os olhos azuis
De vítreo brilho
Os mais claros
E os mais profundos
Que filtram a luz
Mas prefiro os olhos negros.
Perdoem-me os olhos verdes
Verde como o perídoto
Verde como a esmeralda
Verde quase mel
Verde quase azul
Verde tão belo
Mas não mais que os olhos negros.
Perdoem-me os castanhos claros
E os castanhos-escuros não negros
Vocês tem seu valor não visto
Como a castanha nutritiva
E a cor da terra que por nós tudo faz
Mas os olhos negros, segredos tem mais.
Segredos de amor
Segredos de dor
Segredos de luz que escondem
Assim como a noite mais escura
Segredos abissais
Da profundeza dos oceanos
Doces e salgados
Da infinitude dos universos
Lineares e múltiplos
Segredos do manto negro
Que carregam cada estrela brilhante
Cada buraco negro – com tantos segredos!
Cada partícula
Cada energia
Que somente os olhos negros
Sabem em seu intimo
O segredo.